NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO |
(15 de AGOSTO)
NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO
A Assunção de Nossa Senhora foi transmitida pela tradição
escrita e oral da Igreja. Ela não se encontra explicitamente na Sagrada
Escritura, mas está implícita.
Os protestantes acreditam que a Mãe de Deus, apesar de ter sido o
Tabernáculo vivo da divindade, devia conhecer a podridão do túmulo, a
voracidade dos vermos, o esquecimento da morte, o aniquilamento de sua pessoa.
Vamos analisar o fato histórico, segundo é contato pelos
primeiros cristãos e transmitido pelos séculos de forma inconteste.
Na ocasião de Pentecostes, Maria Santíssima tinha mais ou menos
47 anos de idade. Depois desse fato, permaneceu Ela ainda 25 anos na terra,
para educar e formar, por assim dizer, a Igreja nascente, como outrora ela
educara, protegera, e dirigira a infância do Filho de Deus.
Ela terminou sua "carreira mortal" na idade de 72
anos, conforme a opinião mais comum.
A morte de Nossa Senhora foi suave, chamada de
"dormição".
Quis Nosso Senhor dar esta suprema consolação à sua Mãe
Santíssima e aos seus apóstolos e discípulos que assistiram a
"dormição" de Nossa Senhora, entre os quais se sobressai S. Dionísio
Aeropagita, discípulo de s. Paulo e primeiro Bispo de Paris, o qual nos conservou
a narração desse fato.
Diversos Santos Padres da Igreja contam que os Apóstolos foram
milagrosamente levados para Jerusalém na noite que precedera o desenlace da
Bem-aventurada Virgem Maria.
S. João Damasceno, um dos mais ilustres doutores da Igreja
Oriental, refere que os fiéis de Jerusalém, ao terem notícia do falecimento de
sua Mãe querida, como a chamavam, vieram em multidão prestar-lhe as últimas
homenagens e que logo se multiplicaram os milagres em redor da relíquia sagrada
de seu corpo.
Três dias depois chegou o Apóstolo S. Tomé, que a Providência
divina parecia ter afastado, para melhor manifestar a glória de Nossa Senhora,
como dele já se servira para manifestar o fato da ressurreição de Nosso Senhor.
S. Tomé pediu para ver o corpo de Nossa Senhora.
Quando retiraram a pedra, o corpo já não mais se encontrava.
Do túmulo se exalava um perfume de suavidade celestial!
Como o seu Filho e pela virtude de seu Filho, a Virgem Santa
ressuscitara ao terceiro dia. Os anjos retiraram o seu corpo imaculado e o
transportaram ao céu, onde ele goza de uma glória inefável.
Nada é mais autêntico do que estas antigas tradições da Igreja
sobre o mistério da Assunção da Mãe de Deus, encontradas nos escritos dos
Santos Padres e Doutores da Igreja, dos primeiros séculos, e relatadas no
Concílio geral de Calcedônia, em 451.
Como Nossa Senhora era isenta do 'pecado original', ela estava
imune à sentença de morte (consequência da expulsão do paraíso terrestre).
Todavia, por não ter acesso à "árvore da vida" (que ficava no paraíso
terrestre), Maria Santíssima teria que passar por uma "morte suave"
ou uma "dormição".
Por um privilégio especial de Deus, acredita-se que Nossa
Senhora não precisaria morrer se assim o desejasse, ainda que não tivesse
acesso à "árvore da vida".
Tudo isso, é claro, ainda poderá ser melhor explicado com o
tempo, quando a Igreja for explicitando certos mistérios relativos à Santíssima
Virgem Maria que até hoje permanecem.
Muito pouco ainda descobrimos sobre a grandeza de Nossa Senhora,
como bem disse S. Luiz Maria G. de Montfort em seu livro "Tratado da
Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem".
É certo que Nossa Senhora escolheu passar pela morte, mesmo não
tendo necessidade.
Quais foram, então, as razões da escolha da morte por Nossa
Senhora?
Podem-se levantar várias hipóteses. O Pe. Júlio Maria (da década
de 40) assinala quatro:
1) Para refutar, de antemão, a heresia dos que mais tarde
pretenderiam que Maria Santíssima não tivesse sido uma simples criatura como
nós, mas pertencesse à natureza angélica.
2) Para em tudo se assemelhar ao seu divino Filho.
3) Para não perder os merecimentos de aceitação resignada da
morte.
4) Para nos servir de modelo e ensinar a bem morrer.
Podemos, pois, resumir esta doutrina dizendo que Deus criou o
homem mortal. Deus deu a Maria Santíssima não o direito (por não ter acesso à
"Árvore da vida"), mas o privilégio, de ser imortal. Ela preferiu ser
semelhante ao seu Filho, escolhendo voluntariamente a morte, e não a padecendo
como castigo do pecado original que nunca tivera.
Analisemos, agora, a Ressurreição de Maria Santíssima.
Os Apóstolos, ao abrirem o túmulo da Mãe de Deus para satisfazer
a piedade de São Tomé e ao desejo deles todos, não encontrando mais ali o corpo
de Nossa Senhora, deduziram e perceberam que Ela havia ressuscitado!
Não era preciso ver à ressurreição para crer no fato, era uma
dedução lógica decorrente das circunstâncias celestiais de sua morte, de sua
santidade, da dignidade de Mãe de Deus, da sua Imaculada Conceição, da sua
união com o Redentor, tudo isso constituía uma prova irrefutável da Assunção de
Nossa Senhora.
A Assunção difere da ascensão de Nosso Senhor no fato de que, no
segundo caso, Nosso Senhor subiu por seu próprio poder, enquanto sua Mãe foi
assunta ao Céu pelo poder de Deus.
Ora, há vários argumentos racionais em favor da Assunção de Nossa
Senhora. Primeiramente, havendo entrado de modo sobrenatural nesta vida, seria
normal que saísse de forma sobrenatural, esse é um princípio de harmonia nos
atos de Deus. Se Deus a quis privilegiar com a Imaculada Conceição, tanto mais
normal seria completar o ato na morte gloriosa.
Depois, a morte, como diz o ditado latino: "Talis vita,
finis ita", é um eco da vida. Se Deus guardou vários santos da podridão do
túmulo, tornando os seus corpos incorruptos, muito mais deveria ter feito
pelo corpo que o guardou durante nove meses, pela pele que o revestiu em sua
natureza humana, etc.
Nosso Senhor tomou a humanidade do corpo de sua Mãe. Sua carne
era a carne de sua Mãe, seu sangue era o sangue de sua Mãe, etc. Como permitir
que sua carne, presente na carne de sua santíssima Mãe, fosse corrompida pelos
vermes e tragada pela terra? Ele que nasceu das entranhas amorosíssimas de
Maria Santíssima permitiria que essas mesmas entranhas sofressem a podridão do
túmulo e o esquecimento da morte? Seria tentar contra o amor filial mais
perfeito que a terra já conheceu. Seria romper com o quarto mandamento da Lei
de Deus, que estabelece "Honrar Pai e Mãe".
Qual filho, podendo, não preservaria sua Mãe da morte?
A dignidade de Filho de Deus feito homem exigia que não deixasse
no túmulo Aquela de quem recebera o seu Corpo sagrado. Nosso Senhor Jesus
Cristo, por assim dizer, preservando o corpo de Maria Santíssima, preservava a
sua própria carne.
Ainda podemos levantar o argumento da relação imediata da paixão
do Filho de Deus e da compaixão da Mãe de Deus, promulgada, de modo enérgico,
no Evangelho, pela profecia de S. Simeão falando à própria Mãe: "Eis que
este menino está posto para a ressurreição de muitos em Israel, e para ser alvo
de contradição. E uma espada transpassará a tua alma" (Luc. 2, 34, 45).
Esta tradução em vernáculo (português, no caso) é larga. O texto
latino (em latim) tem uma variante que parece ir além do texto em português.
"Et tuam ipsius animam pertransibit glaudius" - o que quer dizer
literalmente: o mesmo gládio transpassará a alma dele e a vossa.
Como seria possível que o Filho, tendo sido unido à sua Mãe em
toda a sua vida, na sua infância e na sua dor, não se unisse à Ela na sua
glória?
Tudo isso se levanta dos Evangelhos.
A Assunção de Maria Santíssima foi sempre ensinada em todas as
escolas de teologia e não há voz discordante entre os Doutores. A Assunção é
como uma consequência da encarnação do Verbo.
Se a Virgem Imaculada recebeu outrora o Salvador Jesus Cristo, é
justo que o Salvador, por sua vez, a receba. Não tendo Nosso Senhor desdenhado
descer ao seu seio puríssimo, deve elevá-la agora, para partilhar com Ela a sua
glória.
Cristo recebeu sua vida terrena das mãos de Maria Santíssima.
Natural é que Ela receba a Vida Eterna das mãos de seu divino Filho.
Além de conservar a harmonia em sua própria obra, Deus devia
continuar favorecendo a Virgem Imaculada, como Ele o fez, desde a predestinação
até a hora de sua morte.
Ora, podendo preservar da corrupção do túmulo a sua santa Mãe,
tendo poder para fazê-la ressuscitar e para levá-la ao céu em corpo e alma,
Deus devia fazê-lo, pois Ele devia coroar na glória aquela que já coroara na
terra... Dessa forma, a Santíssima Mãe de Deus continuava a ser, na glória
eterna, o que já fora na terra: "a mãe de Deus e a mãe dos homens".
Tal se nos mostra Maria na glória celestial, como cantava o Rei
de sua Mãe, assim canta Deus de Nossa Senhora: "Sentada à direita de seu
Filho querido" (3 Reis, 2, 19), "revestida do sol" (Apoc. 12,
1), cercada de glória "como a glória do Filho único de Deus" (Jo. 1,
14), pois é a mesma glória que envolve o Filho e a Mãe! Ele nos aparece tão
belo! E ela como se nos apresenta suave e terna em seu sorriso de Mãe,
estendendo-nos os braços, num convite amoroso, para que vamos a Ela e possamos
um dia partilhar de sua bem-aventurança!
Fonte: Site Lepanto.
ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO
Ó dulcíssima soberana, Rainha dos Anjos, bem sabemos que,
miseráveis pecadores, não éramos dignos de vos possuir neste vale de lágrimas,
mas sabemos também que a vossa grandeza não vos faz esquecer a nossa miséria e,
no meio de tanta glória, a vossa compaixão, longe de diminuir, aumenta cada vez
mais para conosco.
Do alto desse trono em que reinas sobre todos os anjos e santos,
volvei para nós os vossos olhos misericordiosos; vede a quantas tempestades e
mil perigos estaremos, sem cessar, expostos até o fim de nossa vida!
Pelos merecimentos de vossa bendita morte obtende-nos o aumento
da fé, da confiança e da santa perseverança na amizade de Deus, para que
possamos, um dia, ir beijar os vossos pés e unir as nossas vozes às dos
espíritos celestes, para louvar e cantar as vossas glórias eternamente no céu.
Que Assim Seja.
Lindo é nossa Mãe, que esta sempre a escutar nossas preces, que tenhamos em nossos corações sempre sua obra para guiar nossas vidas e lembrar-nos de nossas falhas para corrigi-las, demos graças a Mãe Divina, Amém.
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