(04 de JULHO)
VIDA DE SANTA ISABEL
DE PORTUGAL
Isabel de Aragão nasceu no palácio de
Aljaferia, na cidade de Saragoça, onde reinava o seu avô paterno D. Jaime I.
Era filha de D. Pedro, futuro D. Pedro III, e de D. Constança de Navarra. A
princesa recebeu o nome de Isabel por desejo de sua mãe em recordação de sua
tia Santa Isabel da Hungria, duquesa de Turíngia.
O seu nascimento veio acabar com as discórdias na corte de Aragão, pelo que o
seu avô lhe chamava “rosa da casa de Aragão”.
As virtudes da sua tia-avó viriam a
servir-lhe de modelo e desde muito nova começou a mostrar gosto pela meditação,
rezas e jejum, não a atraindo os divertimentos comuns das raparigas da sua
idade. Isabel não gostava de música, passeios, joias e enfeites, vestia-se
sempre com simplicidade.
A infanta D. Isabel tornara-se
conhecida em beleza, discrição e santidade. As suas virtudes levaram muitos
príncipes a se apresentarem a D. Pedro como pretendentes à mão da sua admirável
filha. Os pais escolheram o mais próximo, D. Dinis, herdeiro do trono de
Portugal, que era também o mais dotado de qualidades. Isabel estava mais
inclinada a encerrar-se num convento, no entanto, como era submissa, viu no
pedido dos pais, a vontade do céu. Foi assinado, em 11 de Fevereiro de 1282, o contrato
de casamento, sendo realizado o matrimónio na vila de Trancoso, no dia de S.
João Batista em 1282. Nos primeiros tempos de casada, acompanhava o marido nas
suas deslocações pelo país e com sua bondade conquistou a simpatia do povo.
Dava dotes a raparigas pobres e educava os filhos de cavaleiros sem fortuna.
Isabel deu ao rei dois filhos:
Constância, futura rainha de Castela e Afonso, herdeiro do trono de Portugal.
As numerosas aventuras extraconjugais do marido a humilhavam profundamente. Mas
Isabel mostrava-se magnânima no perdão, criando com os seus também os filhos
ilegítimos de Dinis, aos quais reservava igual afeto. Entre seus familiares,
constantemente em luta, desempenhou obra de pacificadora, merecendo justamente
o apelido de anjo da paz. Desempenhou sempre o papel de medianeira entre o rei
e o seu irmão D Afonso, bem como entre o rei e o príncipe herdeiro. Por sua
intervenção foi assinada a paz em 1322.
A sua vida será marcada por quatro
virtudes fundamentais: a piedade, a caridade, a humildade e a luta pela paz.
Tornou-se uma mulher de grande piedade conservando em sua vida a prática da
oração e a meditação da Palavra de Deus. Buscou sempre a reconciliação e a paz
entre as pessoas, as famílias e até entre nações.
D. Isabel costumava dizer “Deus
tornou-me rainha para me dar meios de fazer esmolas.” Sempre que saía do paço
era seguida por pobres e andrajosos a quem sempre ajudava.
Após a morte de seu marido,
entregou-se inteiramente às obras assistenciais que havia fundado, não podendo
vestir o hábito das clarissas e professar os votos no mosteiro que ela mesma
havia fundado, fez-se terciária franciscana, após ter deposto a coroa real no santuário
de São Tiago de Compostela e haver dado seus bens pessoais aos necessitados.
Fixou residência em Coimbra, junto ao convento de Santa Clara, nos Paços de
Santa Ana, de que faria doação ao convento. Mandou edificar o hospital de
Coimbra junto à sua residência, o de Santarém e o de Leiria para receber
enjeitados.
Viveu uma profunda caridade, sendo
sempre sensível às necessidades dos pobres e excluídos. Viveu o resto da vida
em pobreza voluntária, dedicada aos exercícios de piedade e de mortificações.
Isabel faleceu a 4 de Julho de 1336,
deixando em testamento grandes legados a hospitais e conventos.
O povo criou à sua volta uma lenda de
santidade, atribuindo-lhe diversos milagres e a santa foi canonizada em 1625.
Foram atribuídos muitos milagres,
como a cura da sua dama de companhia e de diversos leprosos. Diz-se também que
fez com que uma pobre criança cega começasse a ver e que curou numa só noite os
graves ferimentos de um criado. No entanto o mais conhecido é o milagre das
rosas.
Reza a lenda que, durante o cerco de
Lisboa, D. Isabel estava a distribuir moedas de prata para socorrer os
necessitados da zona de Alvalade, quando o marido apareceu. O rei
perguntou-lhe: “O que levais aí, Senhora?” Ao que ela, com receio de desgostar
a D. Dinis, e, como que inspirada pelo céu respondeu:
“Levo rosas senhor...” E, abrindo o
manto, perante o olhar atônito do rei, não se viram moedas, mas sim rosas
encarnadas e frescas.
Beatificada pelo Papa Leão X(breve de
15/04/1516) e em 1625 foi canonizada pelo Papa Urbano VIII.
Por ordem do bispo D. Afonso de
Castelo Branco abriu-se o túmulo real, verificando-se que o corpo da saudosa
Rainha estava incorrupto. A canonização solene teve lugar em 1625. Quando esta
notícia chegou à cidade realizaram-se grandes festejos que se prolongam até aos
nossos dias.
Sua festa é celebrada no dia 4 de
julho.
Fonte: Site Cadê Meu Santo.
ORAÇÃO A SANTA ISABEL
DE PORTUGAL (1)
Ó querida Santa Isabel, sob a vossa
proteção queremos nos colocar.
Vossa espiritualidade nos inspira
ainda hoje no seguimento de Jesus.
Ensinai-nos a acolher com carinho os
pobres, os doentes, os abandonados, manifestando a eles o imenso amor do Pai.
Estimulai-nos para que tenhamos
coragem de estar ao lado deles, defendendo as suas lutas e assumindo as suas
dores.
Assim como vós, queremos construir a
paz, partilhar o pão da justiça e distribuir rosas de alegria aos nossos
irmãos.
Intercedei por nós para que também
possamos, um dia, gozar das alegrias celestes na presença de Deus.
Que Assim Seja.
ORAÇÃO A SANTA ISABEL
DE PORTUGAL (2)
Senhor, Pai de bondade, a Vós
recorro, pelos méritos de Santa Isabel, pela paz em minha família.
Santa Isabel, que por Vossa
habilidade restabelecestes a paz entre dois povos, rogai junto a Deus, para que
também eu possa ser mensageiro da paz e reconciliação.
Que Assim Seja.