Estes
mártires do Cristianismo, representantes da Igreja Católica, tiveram seus
destinos marcados pela enorme fé que sentiam, pelo amor ao próximo e por isto
ensinarem foram martirizados e mortos, os três jesuítas foram canonizados, o
Cacique Adauto na época foi esquecido, mas há muito existe o pedido para a sua
canonização, pois foi martirizado e morto pela fé cristã que trazia dentro de
si.
Vamos
seguir a trajetória destes quatro mártires, cujos destinos se encontraram na
região do rio da Prata.
Versando
sobre SÃO ROQUE GONÇALEZ
Roque
Gonzalez nasceu em Assunção, Paraguai, em 1576. Seus pais eram espanhóis. Mostrava
tanta bondade e devoção na adolescência que todos estavam convencidos que um
dia abraçaria a vocação sacerdotal, o que se deu quando completou 23 anos de
Idade.
Já
nos primeiros anos de sacerdócio dedicou-se zelosamente pela evangelização
indígena, de forma que, diária e continuamente, visitava os povoados mais
distantes para catequizar os índios.
Ao
completar 33 anos decidiu entrar na Companhia de Jesus, pois se sentiu
fortemente impulsionado a trabalhar como missionário. Os padres jesuítas
haviam fundado no Paraguai algumas colônias de indígenas que se fizeram muito
famosas em todo mundo. As chamaram "Reduções", que se diferenciavam
das tribos de outros países, pela exemplar organização em aplicar os meios
adequados de evangelização católica, dentro de uma estrutura que ampliava a
educação e as necessidades cotidianas dos indígenas sob sua tutela espiritual.
Os padres Jesuítas os tratavam como verdadeiros filhos de Deus, protegendo sua
dignidade com enorme respeito e carinho.
Nessas
missões se respeitava muito a lei de Deus e se obedeciam as leis
civis; cada um tratava aos demais como se fossem irmãos. Os índios
aprendiam a lavrar a terra com técnicas agrícolas e praticavam trabalhos
manuais e industriais. Tudo era um cooperativismo bem organizado,
porque reinava principalmente a abundância espiritual que o povo indígena
assimilou rapidamente, ou seja, as verdades divinas.
Nessas
reduções o Padre Roque Gonzalez penetrou
em certas regiões de mata virgem do Paraguai. Trabalhou por 20 anos,
enfrentando com paciência e confiança a toda classe de dificuldades e
perigos, dirigindo nesse período cerca de seis Reduções de indígenas. Muitas
vezes o perigo provinha de tribos totalmente selvagens que atacavam e
outro perigo era de colonos europeus que queriam escravizar os índios,
porém, os jesuítas não o permitiam. Por isso, Padre Roque exercia uma
enorme influência sobre os índios, que o veneravam como a um verdadeiro santo.
Versando
sobre SANTO AFONSO RODRIQUES
Afonso
Rodrigues, que nasceu Alfonso Rodriguez, na cidade de Zamora a 10 de março de
1598, foi um sacerdote jesuíta espanhol.
Estudou
em Salamanca, onde ingressou na Companhia de Jesus, sendo mandado para
Villagarcía como noviço. Ali se ofereceu para trabalhar nas missões do Novo
Mundo, embarcando para a América em 2 de novembro de 1616, junto com mais 37
companheiros, dentre os quais estava o padre Juan del Castillo.
Após viagem
cheia de perigos, aportaram na Bahia e logo seguiram para Buenos Aires, aonde
chegaram em 15 de fevereiro de 1617, decidiu continuar seus estudos em Córdoba,
onde também lecionou, em fins de 1623 ou início de 1624 foi ordenado, sendo
designado para a evangelização dos índios guaicurus, ficou entre eles oito
meses, passando depois para a redução de Itapuã.
Versando
sobre SÃO JOÃO DE CASTILHO (SÃO JUAN DEL CASTILLO)
Juan
del Castillo (ou João de Castilho), foi um sacerdote jesuíta e missionário,
nasceu em 14 de setembro de 1595, em Belmonte, Espanha, de família nobre.
Recebeu educação no colégio jesuíta e depois na Universidade de Alcalá, onde
cursou Direito. Seu ingresso na Companhia de Jesus se deu em 1614. Entrando em
contato com o padre João Viana, entusiasmou-se com a perspectiva de ir
evangelizar a América, e ofereceu-se como missionário.
Viajou
em 1616 com outros 37 companheiros para Buenos Aires, continuando seus estudos
na Argentina e depois no Chile. Foi ordenado em 1625. Seu trabalho de catequese
dos índios começou na redução de São Nicolau.
Versando
sobre o CACIQUE ADAUTO
Não
se tem registro do real nome do cacique que se tornou cristão através da ação
de São Roque Gonçalez na redução de Caaró, sabe-se que era sogro do cacique
Quarobai, foi-lhe dado o nome de Adauto que quer dizer acrescentado, pois foi acrescentado por Deus aos
companheiros no martírio.
MORTE
DOS MÁRTIRES:
Em
1628,o jesuíta Roque Gonçalez funda no
noroeste do Rio Grande do Sul, em primeiro de novembro, juntamente com o
jesuíta Afonso Rodrigues, a redução de
Caaró.
Próximo dali o jesuíta Juan del Castillo havia fundado a redução de
Pirapó onde fazia um excelente trabalho, tendo ganho a confiança dos índios
tendo catequizado há muitos.
Aconteceu,
que um curandeiro, o bruxo dos indígenas, se deu conta que a influência dos
Padres Jesuítas estava reduzindo o número de índios que o procuravam, devido ao
serviço de evangelização, que rapidamente esclarecia os índios na fé e na
sabedoria cristã. Aos poucos iam abandonando as crendices, enganos e mentiras. Por causa disso, decidiu arquitetar um plano
para vingar-se e pôr termo àquela situação. Assim, reuniu um grupo de índios
selvagens e com eles atacou primeiramente a redução de Caaró.
Quando
o curandeiro e seus sequazes chegaram, estava o Padre Roque González tratando
de erguer um sino à torre da capela. O assassinaram ali mesmo, a golpes de
marreta. Ao ouvir o tumulto, o Padre Afonso Rodríguez saiu de sua choupana e
imediatamente os índios também o assassinaram mediante golpes. Em seguida
atearam fogo à capela e quando estava tomada de chamas, lançaram a ela seus
cadáveres. Era 15 de novembro de 1628.
Um
velho cacique guarani, ali tombou mártir ao defender energicamente São Roque
Gonzalez e Santo Afonso Rodrigues, que tinham acabado de ser brutalmente
assassinados por índios contrários à fé católica.
Um
dos mais importantes depoimentos foi o do Pe. Antônio Ruiz de Montoya, colega e
contemporâneo de São Roque Gonzalez. Não presenciou os acontecimentos de Caaró,
mas foi testemunha auricular de todo o ocorrido, isto é, ouviu o que contaram
as numerosas testemunhas:
"Um
venerável ancião, cacique entre os principais, a quem o amor de ser cristão
retinha, repreendeu os culpados daquele crime atroz e fê-lo com palavras graves
e frontalmente diretas, expondo-lhes a afabilidade, o amor e as dádivas, sendo
a maior delas a da fé cristã, com que pretendiam enriquecê-lo os padres. A ira
e o furor perderam o respeito às veneráveis cãs, sendo que o cercaram e com
golpes cruéis o deixaram morto.
Ditosa
a sua morte, pois com intrepidez cristã, numa ocasião de perigo tão evidente de
sua vida, tomou partido pela verdade cristã e, como julgamos, não sem impulso
sobrenatural da fé" (Dom Estanislau KREUTZ, Santos Mártires das Missões,
p.53).
Aconteceu
que depois de matarem os dois jesuítas e o velho cacique que os defendera, os
índios sob o comando do curandeiro foram até a redução próxima e ali dois dias
após em 17 de novembro de 1628 assassinaram o jesuíta Juan del Castillo ( João
de Castilho) da mesma forma que os outros.
São
Roque Gonzalez, Santo Afonso Rodriguez e São João de Castilho, foram
beatificados em 1934 e canonizados pelo papa João Paulo II em 1998.
Existe um
processo pedindo a canonização do cacique Adauto, ele é considerado mártir
tanto quanto os outros, deu a vida defendendo a fé Cristã, a igreja Católica,
seu batismo foi feito com sangue, mas infelizmente o processo está parado, a
arquidiocese de Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul tem trabalhado para isto.
São Roque Gonçalez não se
separava desta imagem.
fontes: SANTOS DO BRASIL