Nos
primeiros tempos de colonização dos povoados, no extremo oeste do Rio Grande do
Sul, à margem esquerda do Rio Uruguai, os padres resolveram dar-lhes o mesmo
padrão de família cristã da época. Erguendo suas aldeias junto a cada igreja
que construíam, fundavam uma escola de ler, contar, de música e danças
religiosas para as crianças que catequizavam em sua própria língua,
ensinando-lhes a rezar o Pai-Nosso e a Ave-Maria.
A
primeira dessas missões foi fundada pelo padre Roque Gonzáles em 1626. Após
construir uma capela de pau-a-pique coberta de palha, que foi dedicada a Nossa
Senhora da Candelária, ele rezou ali a primeira missa em terra missionária.
Com
a nobre finalidade de trazer o silvícola para o redil de Cristo, o sacerdote percorreu
em canoa rústica pelo rio Ibicuí, 509 léguas no interior pampeano, levando
consigo um quadro da Imaculada Conceição, a quem deu o nome carinhoso de
“Conquistadora” porque na sua chegada em terras gaúchas conquistou a princípio
os dois chefes índios que foram o esteio dos jesuítas no estabelecimento dos
Sete Povos, e posteriormente as multidões de Selvagens.
O
território das Missões Guaraníticas chegava até Bagé, trecho final da Estância
de São Miguel, portanto esta imagem da Virgem foi a primeira que passou por
aqueles campos, tendo sido venerada na capela de Santo André das Guenoas, nos
limites de Dom Pedrito onde viviam as tribos guardadoras dos marcos pátrios,
perto do forte de Santa Tecla.
Criou
ainda o padre Roque as aldeias de São Nicolau e Assunção quando recebeu um pedido
dos índios do Caró para lá organizar uma redução, pois muitos desejavam ser
batizados e tomar-se cristãos. Dirigiu-se para aquela região, junto com o padreAfonso Rodrigues, e iniciou o arraial de Todos os Santos, inaugurando uma tosca
igreja, construída com o auxílio dos silvícolas. No dia 15 do mesmo mês ele e
seu companheiro foram assassinados a pedido do pajé, por emissários do Cacique Nheçu chefe dos
índios conjurados, que se dirigiram para Assunção, matando também o padre Juan
de Castilho. Estes três jesuítas martirizados foram posteriormente beatificados
e são conhecidos como os três Mártires do Rio Grande.
Depois
de matarem os sacerdotes, os índios revoltados saquearam e queimaram a
capelinha e a casa dos padres. Entre os objetos encontrados no templo depredado
estava um quadro de Imaculada Conceição, cópia da pintura do irmão Bernardes
Rodrigues, feita em 1613. Rasgaram-na os matadores do beato Roque e
queimaram-na. Índios cristãos juntaram alguns pedaços dela e levaram para
Corrientes, onde a Mártir Excelsa, em migalhas, foi recebida com grandes
homenagens.
Após
alguns séculos de ausência a Virgem Campeira chegou novamente a Bagé em 1972,
retomando ao seu antigo pago de glórias e abençoando o povo que a tomou por
Madrinha. É admirável naquele recanto gaúcho o entusiasmo pela construção de
seu Santuário e a expansão da Obra da Conquistadora, que em época remota
seduziu o índio Missionário e atualmente defende as famílias católicas contra o
divórcio, que, pretendendo resolver problemas pessoais, cria uma série de problemas
sociais.
Como
a primeira invocação da Virgem Maria que entrou no Rio Grande do Sul. Nossa
Senhora Conquistadora é a Protetora nata do Estado, já tendo sido proclamada
Padroeira da Diocese de Uruguaiana e de Província Sul dos Padres Palotinos.
FONTE: A12 ACADEMIA MARIAL