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sábado, 28 de abril de 2012

VIDA DE SANTA JULIANA DE CORNILLON


SANTA JULIANA DE CORNILLON

(06 de ABRIL)

VIDA DE SANTA JULIANA DE CORNILLON

Também conhecida como Santa Juliana de Liége.

Santa Juliana nasceu no ano de 1193, numa aldeia denominada Retinne, situada próxima à cidade de Liége, na Bélgica.   Conviveu pouco tempo com os pais, pois ficou órfã com apenas cinco anos de idade.  Em decorrência disso, Juliana e sua irmã Agnes, foram confiadas aos cuidados das irmãs agostinianas em Monte Cornillon, onde receberam esmerada educação e viveram piedosamente.  Quando completou 14 anos de Idade, ingressou definitivamente na comunidade das irmãs agostinianas.

Desde a mais tenra infância, sempre nutriu muito amor, possuindo em grau elevadíssimo, admirável devoção ao Sacramento da Eucaristia. Deus a preparava e lhe infundia grandes conhecimentos, além do que se tornaria ela um instrumento em Suas mãos para a missão de difundir o valor da Sagrada Eucaristia.

Um dia, no ano de 1208, Juliana quando em oração, teve a visão de um astro, semelhante à lua cheia brilhante, mas com uma pequena incisão preta.  Temendo estar sendo vítima de uma ilusão maligna, suplicou ardorosamente ao Divino Mestre que lhe esclarecesse tais visões, as quais passaram a se repetir, consecutivamente, todos os dias. Somente após dois anos foi que Nosso Senhor revelou-lhe o significado: “A lua representa a Igreja e suas festas, e a incisura significa a falta da solenidade, cuja instituição eu desejo, para despertar a fé dos povos e para o bem espiritual dos Meus eleitos. Quero que uma festa especial seja estabelecida em honra ao Sacramento do Meu Corpo e do Meu Sangue”.

Persuadida a realizar a vontade de Deus, porém, no momento em que julgou apropriado, Juliana indicou às  autoridades religiosas a missão que havia recebido.  Comunicou as aparições a Dom Roberto de Thorote, o então bispo de Liége e ao douto Dominico Hugh;  também comunicou o fato ao bispo dominicano Jacques de Pantaleón que viria, mais tarde, a ser eleito Papa (Urbano IV).

Em 1246, Dom Roberto concedeu aprovação junto ao seu escritório e em 1246, convocou um sínodo, onde requisitou que todos seus padres, religiosos e leigos. Disse que a festa do Santíssimo Sacramento seria comemorada na quinta-feira seguinte à festa da Santíssima Trindade.  Mas, em 16 de outubro daquele mesmo ano, o bispo veio a falecer e não pode ver cumpridas suas ordens.

Muitos religiosos, porém, que há tempos haviam se unido em forte oposição à instituição da festa, ficaram aliviados com a morte do bispo Roberto; afirmavam eles que a narrativa de Juliana era fruto da sua imaginação; mediante diversas articulações e mentiras, instigaram a população local e perseguiram implacavelmente a religiosa, que foi mandada para um lugar chamado Namur, por ordem de seu Superior Geral Roger, que também alimentava muitas desconfianças sobre as declarações de Juliana.  Mais tarde o Superior perdeu sua posição e Juliana teve autorização para retornar ao mosteiro de Cornillon.  No ano seguinte, porém, Roger  foi novamente designado a dirigir o mosteiro, tendo Santa Juliana sido enviada novamente para Namur.

Apesar destas articulações, o Cardeal Cher, que era dominicano, decidiu instituir alguns anos depois em toda a diocese, a nova festa dedicada ao Corpo de Deus.   A primeira delas foi celebrada na igreja de São Martinho, em Liége. O próprio cardeal foi quem conduziu a celebração, num grande cerimonial, cujos ritos canônicos acabaram sendo adotados posteriormente por modelo, em toda a Igreja universal.

Santa Juliana estava repleta de alegria, ao ver sua visão feita real. Estava ansiosa para ver a festa em honra ao Santíssimo Sacramento ser estendida a toda a Igreja,  mas não viveu o suficiente para  isso. Passou os últimos anos numa vida solitária e morreu em Fosses, no dia 05 de abril de 1258.

No ano de 1261, o referido bispo Jacques de Pantaleón veio a assumir o governo da Igreja, sob o nome de Urbano IV. Foi ele que, como mencionado, havia pessoalmente recebido o relato das visões de Santa Juliana, quando era bispo.   Sucede que, no segundo ano de seu pontificado, junto à localidade de Bolsena, ao Norte de Roma, ocorreu um grande milagre eucarístico: Um sacerdote que celebrava a Santa Missa, duvidou da presença real de Cristo na Eucaristia e no momento de partir o Pão, viu dele  sair sangue, que em seguida foi empapando o corporal. A veneranda relíquia foi levada em procissão a Orvieto em 1264. Hoje se conservam os corporais, o cálice e a patena, bem como a pedra do altar em Bolsena, manchada com o Sangue de Cristo.  O Santo Padre, então, determinou que a festa do Corpo de Cristo fosse estendida a toda a Igreja Universal, através da bula “Transiturus”, de 08 de setembro de 1264, fixando-a para depois da oitava de Pentecostes.  Foi nesta época que o Papa Urbano IV encarregou um ofício, designando São Boaventura e São Tomás de Aquino para elaborarem o hino oficial dedicado ao Santíssimo Sacramento (Tantum Ergo Sacramentum).  Os hinos seriam por eles apresentados, para que fosse feita a escolha definitiva.  No dia indicado, na presença do Pontífice, quando se começou a entoar a música com a letra de São Tomás de Aquino, São Boaventura maravilhado, tomou nas mãos seus apontamentos e os foi rasgando em pedaços.

Reflexões

Santa Juliana enfrentou diversos obstáculos para ver instituída a Solenidade de Corpus Christi. Foi colocada às mais duras provas, não só pela perseguição perpetrada pelos membros da comunidade leiga, mas também do clero e da sua própria organização religiosa.  Deus permitiu que tal testemunho chegasse aos ouvidos do então bispo diocesano, que viria a se tornar o Papa Urbano IV.  No curso deste pontificado, Deus fez impulsionar de forma extraordinária a devoção ao Corpo de Cristo, através do milagre eucarístico de Bolsena. O Papa Urbano IV, então, obteve a definitiva confirmação da versão de Santa Juliana, que narrou o pedido de Jesus pela instituição da solenidade. Estendeu, assim, por decreto, a comemoração da festa a toda a Igreja.

Durante o curso da história, Deus concedeu uma infinidade de graças e milagres extraordinários a fim de reavivar a fé nos homens. O milagre, para o católico, representa um meio e não um fim absoluto para que possa crer na Palavra de Deus. A origem da fé não está nos milagres, pois para os corações endurecidos, nos diz Jesus, ainda que ressuscitasse um morto, não acreditariam.  Mas para quem crê, os milagres são manifestações gloriosas, que renovam as forças daqueles que buscam a verdade, a perfeição cristã. Peçamos ao Senhor, sobretudo, que nos conceda um coração de carne, e que nos aperfeiçoe cada vez mais no caminho da fé.

Fonte: Site Pagina Oriente.

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