Páginas

sábado, 23 de abril de 2011

VIDA E ORAÇÃO A SÃO JORGE



(23 DE ABRIL)

ORAÇÃO A SÃO JORGE (1)

Eu andarei vestido e armado com as armas de são Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.
Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.
Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meus inimigos.
Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós.
Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.

ORAÇÃO A SÃO JORGE (2)

Socorrei-me com sua poderosa força são Jorge guerreiro sagrado.
O Senhor que vai a frente das batalhas de todos aqueles que em ti tem fé, vá a frente do meu caminho, destruindo os obstáculos, afastando o inimigo.
A minha frente com seu escudo para que não seja fendo, aqueles que com suas palavras desejam me magoar, suas línguas vão se travar, sua voz não vão levantar e minha vontade se cumprirá.
Teu braço a minha frente para os de outro segurar, sua espada por mim a de usar, podando o inimigo antes de se aproximar.
Com são Jorge comigo, ninguém a de me tocar, todo e qualquer perigo eu hei de derrotar.
Podando os obstáculos ao sucesso hei de chegar, com São Jorge meus caminhos se abrirá.
O inimigo em círculo andará, com são Jorge a minha frente ele não me achará.
Se alguém me quiser mal, este estará perdido, pois são Jorge é meu guerreiro amigo.
Se eu conheço o inimigo mais fácil ficará, pois com a ajuda de São Jorge seus pés e mãos eu vou atar.

Que Assim Seja.

ORAÇÃO A SÃO JORGE (3)

Glorioso mártir são Jorge.
Vós fostes o defensor da fé cristã.
Defendei o meu corpo dos males, das doenças e das balas assassinas.
Defendei a minha alma contra os males, da descrença e contra os inimigos da minha salvação.
Defendei minha casa contra os assaltantes e destruidores da felicidade do lar.
Defendei meus bens contra os ladrões, os mal feitores e contra os meus inimigos.
Dai-me o vigor da fé, da esperança e o amor a Deus e ao próximo.

Que Assim Seja.

ORAÇÃO A SÃO JORGE (4)

Ó Deus onipotente, que nos protegeis pelos méritos e as bênçãos de São Jorge. Fazei que este grande mártir, com sua couraça, sua espada e seu escudo, que representam a fé, a esperança e a inteligência.

Ilumine os nossos caminhos, fortaleça o nosso ânimo, nas lutas da vida. Dê firmeza à nossa vontade contra as tramas do maligno, para que, vencendo na terra, como São Jorge venceu, possamos triunfar no céu Convosco, E participar Das eternas alegrias.

Que Assim Seja.

VIDA DE SÃO JORGE

Naquele tempo, sendo imperador Diocleciano e Maximiano, o governador Daciano desencadeou uma terrível perseguição contra a igreja, com tanta sanha que foram martirizados cerca de 17.000 cristãos e muitos outros foram perseguidos, e outros vencidos pelas torturas, consentindo em renegar a sua fé e a oferecer sacrifícios aos ídolos romanos.

A tradição diz que São Jorge  renunciou a carreira de militar e distribuiu seus bens entre os pobres e vestindo-se como se  vestiam na época os cristãos, foi a rua e passou a repetir frases como "Os deuses pagãos são demônios e o único autentico Deus é Cristo".

O governador ao inteirar-se do fato, chamou a Jorge e perguntou: "Com que direito chamas os nossos deuses de demônios? Que queres tu? E de onde es tu? E em nome de quem está dizendo isto”?

São Jorge respondeu: "Sou da Capadócia, pertenço a uma família de nobres e sou militar, e com a ajuda de Cristo conquistei as terras da Palestina, mas renunciei a posse de tudo que me foi dado e aos meus títulos e cargos que possuía, para sem honras e riquezas servir a Deus".

O governador tentou convencê-lo a renunciar a sua fé, mas não conseguindo ordenou os seguintes tormentos:
O ataram a um cavalo, rasgaram suas carnes com garfos de ferro e cobriram com sal todo o seu corpo chagado.

Depois de ser assim torturado durante todo um dia, ao chegar à noite, o Senhor Deus rodeado de uma vivíssima claridade, o consolou com doces palavras e o deixou tão confortável que São Jorge parecia que não tinha sido torturado.

Em vista de que com ameaças e torturas não conseguia nada, o governador Daciano mudou de tática e o tentou com fortunas e promessas de recompensas.

Jorge sorrindo respondeu: "Porque em vez de me torturar não me disseste estas coisas no inicio? Aqui me tens disposto a fazer o que me propõe”!

Daciano não se deu conta da tática de São Jorge, e mandou publicar um pregão, convocando o público a assistir aos sacrifícios que São Jorge por fim, iria oferecer aos ídolos romanos. Mandou o governador que a cidade fosse enfeitada. No dia previsto para o grande acontecimento, a multidão curiosa e com grande expectativa, lotou o templo no qual São Jorge iria adorar publicamente os deuses romanos.

Na hora marcada, São Jorge entrou no recinto, ajoelhou e pediu ao Senhor Deus para converter o povo dentro do templo, e pediu que o Senhor se dignasse destruir as estátuas dos ídolos e o templo, de maneira a não ficar nenhum vestígio delas. Acabando sua oração desceu dos céus uma rajada de fogo que reduziu a cinzas, todas as imagens do templo e os sacerdotes pagãos que promoviam as idolatrias. Logo que o público presente correu para fora, São Jorge saiu mansamente e de novo fez suas preces. Depois de alguns segundos a terra se abriu, e engoliu todo o templo e se fechou de novo, não ficando o menor vestígio de sua existência.

Daciano, inteirado do ocorrido, fez comparecer São Jorge e disse: "És o mais abominável dos homens. Como é possível tamanha malícia a ponto de cometeres um crime tão horrível”?

Ao que São Jorge respondeu calmamente: "Meu rei, não me julgues apressadamente e severamente, venha comigo e verás como oferecerei os sacrifícios"!

Daciano respondeu: “Não me enganarás de novo. Você quer que a terra me trague e também as imagens dos meus deuses".

São Jorge então disse: “Imbecil miserável! Como pode adorar a esses deuses que não podem nem ajudar a eles mesmos”?

A esse diálogo assistia Alexandra, a esposa de Daciano presa de indignação disse que São Jorge tinha razão e que queria também ser cristã.

Daciano furioso mandou que a pendurassem pelos cabelos em uma viga e que a açoitassem sem piedade, até a morte.

E Alexandra perguntou a São Jorge: "Vou morrer e não sou batizada".

São Jorge respondeu batizando-a e usando para isto o sangue dela derramado em vez de água e disse ainda: "O sangue que está derramando, está te batizando e vale uma coroa de gloria e com o Senhor Jesus Cristo terás tudo”. Em seguida Alexandra expirou santamente.

Daciano enfurecido mandou que arrastassem a São Jorge pela cidade até o local onde seria decapitado.
O santo antes de morrer, rogou ainda ao Senhor que atendesse aos rogos de todos que pedissem por sua intercessão e mediação.

Apesar da popularidade de São Jorge, se conhecem poucos fatos de sua vida e as noticias que se tem se baseiam em lendas e tradições que se passaram de boca em boca através dos anos. Não obstante todos os escritores e historiadores concordam que foi um soldado romano, nasceu na Capadócia (Turquia) e morreu em princípios do século IV, provavelmente na cidade de Lydda, atualmente Lod em Israel.


A Lenda do dragão.

A lenda do Dragão, a mais difundia e na qual o santo está a cavalo e luta contra um monstruoso animal que vivia em um lago, a aterrorizar a toda a população de Lydda. Do dito animal saia um odor forte que contaminava a todos e o monstro exigia o sacrifício de uma pessoa viva para não se aproximar da cidade. Mas um dia quando o dragão estava para comer a filha do rei, apareceu Jorge e com a ajuda de Cristo matou o monstro que seria na verdade o demônio. Assim ele é considerado o santo padroeiro dos namorados (hoje nos países de língua inglesa é São Valentino e no Brasil é Santo Antônio de Pádua, mas nos outros países latinos da Europa o padroeiro dos enamorados ainda é São Jorge).

Verdade ou não, o mais importante é o que esta história comunica: Jorge foi um homem que, em nome de Jesus Cristo, pelo poder da Cruz, viveu o bom combate da fé. Compadeceu-se do povo porque foi um verdadeiro cristão. Isto é o essencial.

Ele viveu sob o senhorio de Cristo e testemunhou o amor a Deus e ao próximo. Que Ele interceda para que sejamos verdadeiros guerreiros do amor.

Sua festa é celebrada no dia 23 de abril.

domingo, 17 de abril de 2011

VIDA E ORAÇÃO A SÃO SEBASTIÃO

SÃO SEBASTIÃO

(20 DE JANEIRO)


ORAÇÃO A SÃO SEBASTIÃO (1)
PARA OS MOMENTOS DE DÚVIDA E DESESPERO!

(Diante de uma imagem de São Sebastião, faça alguns momentos de silêncio, pedindo interiormente as luzes do Espírito Santo).

São Sebastião, tu que foste um jovem e valente militar romano, e que por tua fé em Cristo Jesus, sofreste as mais cruéis humilhações, perseguições, injúrias, abandono, e foste duplamente sacrificado, chegando ao ápice do amor em entregar sua própria vida e derramar seu precioso sangue em honra do Deus.

Implorai ao bom Deus por mim para que eu seja capaz de me recuperar e dominar este estado de tristeza e desespero em que me encontro.
Arrancai esta treva absurda que tomou conta do meu coração e ilumine, ó mártir glorioso, minha inteligência, para que eu descubra que só Deus me basta! E que eu devo, assim como tu em tudo e por tudo, realizar a vontade dele pra minha vida.

Que o fogo do amor que te consumiu de zelo pela causa do bem, inflame também meu coração e me faça mergulhar na bondade deste Deus misericordioso que me carrega no colo mesmo quando me sinto abandonado e desorientado.

Ajuda-me a crer, cheio de esperança, que todo sofrimento tem seu fim, pois o amor do coração de Jesus liberta os corações das correntes do medo e da angústia.

Daí-me um pouco de tua luz ó São Sebastião e providencie para mim, teu devoto, o dom da alegria! Que esse dom me cure e me liberte, me faça ver as novas luzes que se acendem, pois o amor do Pai começa a brilhar para mim, sua misericórdia começa a me envolver e eu me abro inteiramente à Vida Nova que o Espírito Santo de Deus me traz.

O mesmo Espírito que ungiu tua vida, tornando-o um soldado valente, guerreiro e destemido, dá-me a força que urgentemente necessito para poder louvar o Pai e o Filho, sem nada me pesar no coração.

Creio firmemente que serei atendido, que meu brado de súplica será ouvido no céu e assim, me comprometo a espalhar a vossa devoção.

Glórias sejam dadas à Trindade Santa para sempre! Amém.

São Sebastião, nosso advogado junto a Deus, socorra-nos, defendei-nos e amparai-nos! (Rezar 1 Pai nosso, 1 Ave Maria e 1 Glória ao Pai em honra de São Sebastião).

Que assim seja.

ORAÇÃO A SÃO SEBASTIÃO (2)

Glorioso mártir são Sebastião, vós que derramastes vosso sangue e destes vossa vida em testemunho da fé em Nosso Senhor Jesus Cristo, alcançai-nos do mesmo Senhor, a graça de sermos vencedores dos nossos verdadeiros inimigos: o ter, o poder e o prazer, que fazem viver sem fé, sem esperança e sem caridade.

Protegei, com a vossa poderosa intercessão, os filhos desta terra.

Livrai-nos de toda epidemia corporal, moral e espiritual.

Fazei que se convertam aqueles que, por querer ou sem querer, são instrumentos de infelicidade para os outros.

E que o justo persevere na sua fé e propague o amor de Deus, até o triunfo final.

São Sebastião, advogado contra a epidemia, a fome e a guerra, rogai por nós.

Que assim seja.

VIDA DE SÃO SEBASTIÃO

São Sebastião foi um dos muitos soldados romanos que por sua fé em Jesus foi martirizado. É uma pena que só se pode saber de sua história através das atas de seu martírio que foram escritas dois séculos mais tarde. Em quase todas as atas de martírios de santos e santas, os escribas tinham ordens de colocarem muitos detalhes do martírio e dar pouca ênfase ao martirizado, (isto era para assustar os futuros cristãos, visto que as atas eram colocadas na cidade onde ocorria o martírio, e na biblioteca de Roma).

Um soldado do exército, nosso santo nasceu em Narbona, França, no final do século III e desde muito pequeno seus pais mudaram para a Milão onde cresceu e foi educado. Seu pai era militar e nobre, ele quis seguir a carreira do pai, chegando a ser capitão da primeira corte de guarda pretoriana, um cargo que só se dava a pessoas ilustres e corretas.

Sua dedicação a sua carreira valeu elogios de seus companheiros e principalmente do imperador Maximiano. Cumpre recordar que o império romano na época era governado no oriente por Diocleciano e no ocidente por Maximiano.

Maximiano ignorava que Sebastião era um cristão de coração e ainda que mesmo cumprindo as suas tarefas militares, não tomava parte nos sacrifícios nem nos atos de idolatria. Sempre que podia, visitava os cristãos encarcerados e ajudava aos mais fracos, doentes e necessitados.

Podia se dizer que era um soldado dos dois exércitos: o de Cristo e o de Roma.

Maximiano empreendeu uma depuração de elementos cristãos nas forças armadas expulsando todos os cristãos de seus exércitos. Cabe dizer que o soldado do exercito romano era voluntário. Só era obrigatório servir, os filhos de militares, como era o caso do nosso Sebastião. Quando um soldado o denunciou.

Maximiano sentiu-se traído por Sebastião e rapidamente o chamou e exigiu que renunciasse ao cristianismo.

Ante tal situação, Sebastião comunicou ao imperador que não queria renunciar as suas crenças cristãs e o imperador ordenou a sua morte. Mas Maximiano ordenou a sua morte de maneira a mais desumana. Ordenou que seus melhores arqueiros o flechassem! Os arqueiros o desnudaram, levaram-no ao estádio de Palatino, o ataram a um poste e lançaram nele uma chuva de flechas e o abandonaram para sangrar até a morte.

Irene, uma mulher cristã, providencial, que apreciava os conselhos de Sebastião, junto com um grupo de amigos, foi ao local onde estava o santo, e com assombro, comprovaram que o mesmo ainda estava vivo.

O desamarraram e Irene o escondeu em sua própria casa e curou as suas feridas.

Passado um tempo, nosso querido santo, já curado, quis continuar seu processo de evangelização e em vez de se esconder, com valentia apresentou-se de novo a Maximiano, o qual ficou assombrado.

Maximiano não deu ouvidos aos pedidos de Sebastião para que deixasse de perseguir aos cristãos e ordenou a seus soldados que o açoitassem até a morte.

Outra versão conta que ele foi morto a pauladas e boladas de chumbo em 303DC e o Imperador ordenou que ele fosse jogado em um fossa de modo que os cristãos não o encontrassem.

Mas mais tarde Sebastião apareceu para uma cristã chamada Lucina e disse a ela: "em certo poço você me encontrará pendurado por um gancho e você deve me enterrar nas catacumbas dos apóstolos".

Na mesma noite ela e seus servos fizeram o que Sebastião ordenou.

Alguns autores dizem que Lucina o enterrou no jardim de sua casa que ficava situado na Via Ápia onde está hoje sua Basílica.

Ele foi martirizado no ano de 287 DC. 
Mais tarde a Igreja construiu na parte posterior da catacumba um templo em honra do santo: A Basílica de São Sebastião que lá existe até hoje e recebe grande romaria dos seus devotos. Existe ainda uma capela em Palatino em homenagem a São Sebastião. Em baixo uma foto de uma pintura (Museu de Pushkin) mostrando Irene curando as feridas de São Sebastião.
A Irene que cuidou de São Sebastião, é a Santa Irene cuja festa é celebrada no dia 30 de março.

Sua festa é celebrada no dia 20 de janeiro.

VIDA E ORAÇÃO A SANTA JUSTINA



(7 DE OUTUBRO)


ORAÇÃO A SANTA JUSTINA E CIPRIANO O SERVO DO SENHOR

Saúdo Deus Todo Poderoso, criador de tudo e de todos seres viventes, Pai portanto de todos inclusive de todas as almas, sejam elas esclarecidas nas Santas verdades ou não, pois o Pai a todas criou, e espera que todas para ELE volte, eu Vos imploro a sua permissão para saudar e louvar o Seu Santo Filho Nosso Senhor Jesus Cristo e através de Jesus conseguir a proteção de Santa Justina, vossa serva que dedicou a sua vida a Jesus e através Dele, na força da fé que tinha, conseguiu vencer a toda a falange demoníaca que cercava Cipriano, e que através dele atuava, uma vez que ele se comprazia nisto.
Conseguindo mostrar a Cipriano que o verdadeiro poder está no AMOR, e em todas as virtudes que se originam deste nobre sentimento, e este imediatamente caindo em si repudiou os seres demoníacos, e voltou-se para a verdadeira caridade cristã.
A vós Santa Justina, que antes dos homens a proclamarem santa, tu já eras uma serva iluminada de Deus, uma irmã em Cristo, a vós eu peço em nome do Senhor Jesus com a permissão do Pai Eterno, que escutai as minhas preces.
Rogo a vós que se aparta de mim os seres demoníacos e todos aqueles que se comprazem na maldade, tentando desviar-me do meu caminho, tentando aguçar em mim sentimentos contrários ao Amor, tentando fazer com que eu veja irmãos inocentes como culpados, colocando-me uma venda nos olhos e tampando meus ouvidos para as boas palavras.
Sei que muito dos meus caminhos e companheiros da jornada terrena estão sendo influenciados por estes malefícios e que independentes do motivo que tenham surgido em minha vida ou na vida de meus companheiros de jornada, sejam afastados e retirados e entregues a Santa Lei do Pai Altíssimo, que melhor do que ninguém saberá julgá-los, pois eu não tenho esta autoridade e deste já os perdoo, pois sei que se hoje reconheço a força do Altíssimo através de seu Amor, também que no passado eu não era assim, deixando-me levar pelos meus erros, acreditando incentivado pelo meu orgulho que só eu tinha razão e força. E foi devido a isto que acabei dando oportunidade para estes infelizes das trevas.
Santa Justina não só me proteja deles como de mim mesmo, para que eu saiba reconhecer meus erros e as injustiças que cometi e que cometo no meu dia a dia, pois só assim encontrarei a paz e o caminho para o qual fui destinado nesta terra.
Neste instante me entrego totalmente e sem reservas a Jesus Cristo, e peço que como Cipriano, eu tenha a oportunidade de corrigir meus erros e tornar-me uma pessoa melhor, nada mais vos peço, porque sei que o Pai sabe das necessidades de seus filhos nesta terra e àqueles que a ELE se entregam tudo provêm, inclusive estou pronto para enfrentar todos aqueles que quiserem me dissuadir de meus propósitos, para isto evoco CIPRIANO O SERVO DO SENHOR para que eu tenha a força que ele teve.
Protegido e resguardado pelo Altíssimo, na fé de Jesus Cristo, e com proteção de Santa Justina e Cipriano o Servo do Senhor, sigo em paz o meu destino.

QUE ASSIM SEJA.


VIDA DE SANTA JUSTINA E CIPRIANO O SERVO DO SENHOR

É impossível falar da vida de Santa Justina sem falar da vida de Cipriano o Servo do Senhor.

No reinado de Décio (249-251) viveu em Antióquia (da Psidia) um certo filósofo e mago de renome, cujo nome era Cipriano.
Nascido de pais ímpios, na sua infância ele foi consagrado por eles ao serviço do deus pagão Apolo.

ENTREGUE AOS ESTUDOS DA MAGIA

Com sete anos de idade, foi entregue aos mágicos para o estudo da magia e da sabedoria demoníaca.
 Com dez anos de idade, ele foi enviado por seus pais, como numa preparação para a carreira de feiticeiro, para o Monte Olimpo, que os pagãos chamavam de morada dos deuses. Ali, havia uma multidão de vários ídolos, nos quais os demônios habitavam.

Nessa montanha, Cipriano estudou todos os tipos de artes diabólicas: ele dominou várias transformações demoníacas, aprendeu a mudar a natureza do ar, para trazer ventos, trovões e produzir chuva, perturbar as ondas do mar, causar danos aos jardins, vinhas e campos, a enviar doenças e pragas sobre o povo, e, em geral, ele aprendeu uma ruinosa sabedoria e atividade diabólica.

Neste lugar ele viu uma legião de demônios inumeráveis, com o príncipe das trevas à sua frente, alguns estavam diante dele, outros o serviam, outros ainda gritavam em louvor do seu príncipe, e alguns foram enviados para o mundo, a fim de corromper pessoas.

Ali também, ele viu em suas falsas formas os deuses e deusas pagãos, e também diversos fantasmas e espectros, a invocação que ele aprendeu em um rigoroso jejum de quarenta dias. Ele comia apenas após o pôr do sol, e não o pão ou qualquer outra coisa, mas só bolotas de carvalhos.

Quando ele tinha quinze anos, ele começou a receber lições de sete grandes feiticeiros, deles ele aprendeu muitos segredos demoníacos.

Então, ele foi para a cidade de Argos, onde, depois de ter servido à deusa Juno por um tempo, ele aprendeu muitas práticas das manobras de seus sacerdotes. Viveu também em Taurapolis (na ilha de Içara), no serviço da deusa Diana, e de lá ele foi para Esparta, onde ele aprendeu a chamar os mortos dos túmulos e forçá-los a falar por meio de vários encantamentos e feitiços.

Na idade de vinte anos, Cipriano chegou ao Egito, e na cidade de Memphis, ele aprendeu ainda maiores encantos e encantamentos. Em seu trigésimo ano ele foi para os caldeus, e tendo aprendido a astrologia lá, ele terminou seus estudos.

O Bruxo Cipriano em Antióquia

Depois disso, ele voltou a Antióquia, sendo perfeito em todos os malfeitos. Assim, ele tornou-se um feiticeiro, mágico, e destruidor de almas, um grande amigo e fiel servo do príncipe do inferno, com quem ele conversava face a face, sendo outorgado a receber grande honra dele, como ele próprio testemunhou.

"Acredite em mim", ele disse: "Eu vi o príncipe das trevas, pois propiciei-lhe por sacrifícios. Cumprimentei-o e falei com ele e os seus anciãos, ele gostava de mim, elogiou meu entendimento, e antes de todo mundo ele disse: Aqui está um novo Jambres, sempre pronto para a obediência e digno da comunhão com a gente!".

 E prometeu fazer de mim um príncipe depois da minha partida do corpo, e para o curso da vida terrena para me ajudar em tudo. E ele me deu uma legião de demônios para me servir.

Quando partiram, ele se dirigiu a mim com estas palavras:

“Coragem, fervoroso Cipriano; levante-se e acompanhe-me, deixe todos os antigos demônios maravilhar-se com você."

Por conseguinte, todos os seus príncipes estavam atentos para mim, vendo a honra que demonstrou a mim. A aparência externa do príncipe das trevas foi como uma flor. Sua cabeça foi coroada por uma coroa (não uma real, mas uma fantasma) feita de ouro e pedras brilhantes, como resultado do qual todo o espaço ao seu redor estava iluminado, e sua roupa era surpreendente.
Quando ele se voltava para um lado ou outro, todo lugar tremia, uma multidão de espíritos malignos de vários graus estava obedientemente em seu trono. “Entreguei-me totalmente a seu serviço naquela época, obedecendo a seu comando todos os dias.”

Assim relatou Cipriano o Servo do Senhor  a respeito de si mesmo depois de sua conversão.

Assim, é evidente que tipo de homem Cipriano era: como amigo dos demônios, ele participou em todas as suas obras, causando mal às pessoas e enganando-as.

Vivendo em Antióquia, fez com que muitas pessoas se voltassem à prática de todo o tipo de ação ilegal, ele matou muitos com venenos e magia, e abateu rapazes e moças como sacrifícios para os demônios. Ele instruiu muitos em sua magia ruinosa: a alguns ensinou a voar no ar, outros a navegar em barcos nas nuvens, outros ainda caminhar sobre a água. Por todos os pagãos era reverenciado e glorificado como um sacerdote e mais sábio servo de seus deuses vis. Muitos se voltaram para ele em suas necessidades, e ele ajudou-os por meio do poder demoníaco com o qual ele estava cheio: ele colaborou com alguns em seus adultérios, com outros no ódio, nas inimizades, na vingança, na inveja.

Já estava inteiramente nas profundezas do inferno e nas garras do diabo, ele era um filho do inferno, um participante da herança demoníaca e da sua perdição eterna.

 Mas o Senhor, que não deseja a morte do pecador, em sua bondade e sua misericórdia indizível que não é conquistada pelos pecados dos homens, se dignou a procurar este homem perdido, para tirar do abismo a que foi mergulhado na sujeira das profundezas do inferno, e salvá-lo, a fim de mostrar a todos os homens a sua misericórdia, porque não há pecado que possa apagar seu amor pela a humanidade.

Ele salvou Cipriano da perdição, da seguinte forma.

Conversão de Santa Justina

Vivia naquele tempo, em Antióquia, uma donzela, cujo nome era Justina.
Ela era filha de pais pagãos, seu pai era um sacerdote dos ídolos, por nome Edesius, e sua mãe chamava-se Cledonia.

Uma vez, sentada à janela de sua casa, esta donzela, que tinha então já atingido a feminilidade, por acaso, ouviu as palavras de salvação da boca de um diácono que estava passando, cujo nome era Praylius.

Ele falava de nosso Senhor Jesus Cristo ter se feito homem, nascido da mais pura Virgem, ter realizado muitos milagres, de como havia se dignado a sofrer por causa da nossa salvação, ressuscitado dentre os mortos com glória, subido aos céus, e se sentado à direita do Pai e reinando eternamente.

Essa pregação do diácono caiu em boa terra, no coração de Justina, e rapidamente começou a dar frutos, o desenraizamento nela dos espinhos da incredulidade.

Justina quis ser melhor e mais completamente instruída na fé deste diácono, mas ela não se atrevia a procurá-lo, sendo contida pelo pudor de uma donzela.

No entanto, ela secretamente foi à igreja de Cristo, e muitas vezes ouviu a palavra de Deus e com o Espírito Santo agindo em seu coração, ela passou a acreditar em Cristo.

Logo, ela convenceu a mãe disto também, e então resolveu levar para a fé seu pai também idoso.
Vendo a compreensão de sua filha e ouvindo as suas palavras sábias, Edesius refletia dentro de si mesmo, assim:

"Os ídolos são feitos pelas mãos dos homens e não têm nem a alma nem a respiração e, portanto, como eles podem ser deuses?"

Enquanto ele estava refletindo sobre isso, uma vez à noite ele viu durante o sono, pelo consentimento Divino, uma visão maravilhosa: ele viu uma grande multidão de anjos cheia de luz, e no meio deles estava o Salvador do mundo, Cristo, que disse a ele:

"Vinde a Mim, e Eu te darei o Reino dos Céus."

Após se levantar de manhã, Edesius foi com sua esposa e filha para o bispo cristão, cujo nome era Optato, implorando-lhe para instruí-los na fé de Cristo e realizar-lhes o santo Batismo.

Ao mesmo tempo, informou-lhe as palavras da filha e a visão angelical que tinha visto.

Ouvindo isto, o bispo alegrou-se com a sua conversão, e tendo os instruído na fé de Cristo, ele batizou Edesius, sua esposa Cledonia e Justina, sua filha, então deu-lhes a comunhão dos santos mistérios, deixando-os ir em paz.

Quando Edesius se tornou forte na fé de Cristo, o Bispo, vendo a piedade dele, fez dele um presbítero.

 Depois disso, viveu virtuosamente no temor de Deus por um ano e seis meses, e assim, Edesius, na fé santa, chegou ao final de sua vida.

Quanto a Justina, ela lutou bravamente na manutenção dos mandamentos de Deus, amando a Cristo Esposo, ela serviu-o com fervorosas orações, na virgindade e castidade, jejum e grande abstinência.

Mas o inimigo da raça humana, vendo uma vida assim, invejou suas virtudes e começou a fazer-lhe mal, causando vários infortúnios e tristezas.

Naquela época vivia em Antióquia, um jovem chamado Aglaias, filho de pais ricos e famosos. Ele vivia luxuriamente, dando-se inteiramente à vaidade do mundo. Uma vez, ele viu Justina quando ela estava indo à igreja, ele ficou impressionado com sua beleza.

O diabo incutiu intenções vergonhosas em seu coração. Sendo inflamado em sua sensualidade, Aglaias por todos os meios se esforçou para ganhar a boa disposição e amor de Justina, usou artifícios para trazer o cordeiro puro de Cristo à corrupção que ele havia planejado.
Ele observou todos os caminhos pelos quais a menina ia a pé, e decidiu conhecê-la, iria falar com palavras astuciosas, elogiando sua beleza e sua glorificação, mostrando seu amor por ela, ele se esforçou para trazê-la para a prostituição tecendo uma ardilosa rede de enganos.

A moça, porém, desviou-se dele e fugiu dele, desprezando-o e mesmo não desejando ouvir discursos enganosos e astúcia. Mas o jovem não esfriou em seu desejo por sua beleza, e enviou o seu pedido de que ela deveria concordar em ser sua esposa.

Ela, porém, respondeu-lhe: "Meu esposo é Cristo, a Ele sirvo, é por causa dele que eu preservo a minha pureza. Ele preserva tanto a minha alma e meu corpo de todas as impurezas”.

Ouvindo a resposta da donzela casta, Aglaias, sendo instigado pelo diabo, tornou-se ainda mais inflamado com essa paixão. Não sendo capaz de enganá-la, ele destinou-se a agarrá-la pela força.

Após conseguir a ajuda de alguns jovens tolos como ele mesmo, ele a esperou no caminho por onde ela andava normalmente à igreja para a oração, lá ele a encontrou e, aproveitou-se para arrastá-la à força para sua casa.
Mas ela começou a gritar alto, bater-lhe no rosto e cuspir nele.

Os vizinhos, ouvindo seus gritos, correram para fora de suas casas e tomaram o cordeiro imaculado, Santa Justina, das mãos da juventude irreverente, a partir das mandíbulas de um lobo.

 Os jovens espalhados desordenadamente, e Aglaias retornou com vergonha para sua casa.

Não sabendo mais o que fazer, ele decidiu, com o aumento do desejo impuro, em fazer um novo mal: ele foi ao grande mago Cipriano, o sacerdote dos ídolos, e informou-lhe sua tristeza, implorou sua ajuda, prometendo-lhe dar muito ouro e prata.

Tendo ouvido a Aglaias, Cipriano consolou-o, prometendo cumprir o seu desejo. "Eu demandarei nisso", disse ele, "a moça vai buscar o seu amor e sua paixão ainda mais forte do que você tem buscado o dela".

Tendo assim consolado o jovem, Cipriano deixou-o ir, cheio de esperança.
Então, tendo os livros de sua arte secreta, ele invocou um dos espíritos ímpios, que ele tinha certeza, poderia em breve inflamar o coração de Justina com a paixão pelo jovem Aglaias.

O demônio de boa vontade para cumprir essa promessa e orgulhosamente afirmou:

"Este ato não é difícil para mim, porque muitas vezes eu abalei cidades, desmoronei paredes, destruí casas, causei derramamento de sangue e parricídio, instilei o ódio e a ira entre irmãos e cônjuges, e trouxe para o pecado muitos que deram um voto de virgindade. Em monges que se instalaram nas montanhas e estavam acostumados a jejum rigoroso e nunca sequer pensaram em carne e osso, instilei luxúria adúltera e os instruiu para que servissem as paixões carnais, as pessoas que se arrependeram e se afastaram do pecado, eu converti de volta às maldades, muitas pessoas castas eu joguei em fornicação. Vou ser realmente incapaz de inclinar esta donzela ao amor de Aglaias? Na verdade, por que eu falo? Vou mostrar rapidamente os meus poderes em qualquer ação. Tome este pó (aqui ele deu-lhe um vaso cheio de alguma coisa) e dá a esse jovem, o deixe borrifar a casa de Justina com ele, e você verá que o que eu disse vai acontecer".

Dito isto, o demônio desapareceu. Chamou Cipriano Aglaias e enviou-o para borrifar a casa de Justina secretamente com o conteúdo do recipiente dado pelo demônio.

Tentações de Santa Justina

 Quando isto tinha sido feito, o demônio da fornicação entrou na casa com flechas ardentes de desejo carnal, a fim de ferir o coração da menina com a prostituição, e para inflamar a sua carne com desejo impuro.

Justina tinha o costume de a cada noite oferecer orações ao Senhor. E eis que, quando, segundo o costume, levantou-se na terceira hora da noite e estava orando a Deus, sentiu de repente uma agitação em seu corpo, uma tempestade de luxúria corporal e as chamas do fogo do inferno.

Em tal agitação e luta interior, ela permaneceu por muito tempo, o jovem Aglaias veio à sua mente e pensamentos vergonhosos surgiram em seu coração.

A donzela maravilhada tinha vergonha de si mesma, sentindo que seu sangue fervia como num caldeirão, agora ela pensava no que ela sempre desprezada como vil.

Mas, no seu bom senso Justina entendeu que essa batalha havia surgido em seu coração pelo diabo; imediatamente virou-se para a arma do sinal da cruz, apressou-se a Deus com fervorosa oração, e das profundezas do seu coração clamou a Cristo, seu Noivo:

"Ó Senhor, meu Deus, Jesus Cristo! Eis quantos inimigos se levantaram contra mim e têm preparado uma rede, a fim de me pegar e tirar a minha alma. Mas lembrei-me do teu nome no meio da noite e me rejubilo, agora, quando eles estão lutando contra mim, recorro a Ti e tenho esperanças que o meu inimigo não triunfará sobre mim. Porque tu sabes, ó Senhor meu Deus, que eu, tua escrava, tenho preservado a ti a pureza do meu corpo e tenho confiado a minha alma a ti. Preservai tua ovelha, ó bom pastor; não a dês para ser comida pelo monstro que tenta devorar-lhe, daí-me a vitória sobre o mau desejo da minha carne".

Tendo orado muito e com fervor, a Santa Virgem encheu o inimigo de vergonha pela derrota. Ao ser derrotado por sua oração, ele fugiu dela com vergonha, e novamente veio uma calma no corpo Justina e o coração, a chama do desejo foi extinta, a batalha cessou, o sangue a ferver foi acalmado.

Justina glorificou a Deus e cantou uma canção de vitória.

O demônio, por outro lado, voltou a Cipriano, com a triste notícia que ele nada tinha conseguido. Cipriano perguntou por que ele não tinha sido capaz de conquistar a moça.
O demônio, mesmo contra sua vontade, revelou a verdade:

"Eu não conseguia conquistá-la, porque eu vi sobre ela um certo sinal do qual eu tenho medo."

Então, Cipriano chamou um demônio ainda mais malicioso e enviou-o para tentar Justina.

Ele foi e fez muito mais do que o primeiro, caindo sobre a donzela com grande fúria. Mas ela tendo-se armada com a oração fervorosa, colocou-se num trabalho ainda mais poderoso: ela se vestiu com uma camisa de cabelo e mortificou sua carne com a abstinência e jejum, comendo apenas pão e água.

Tendo assim domesticado as paixões da sua carne, Justina conquistou o diabo e baniu-o de vergonha.

Ele como o primeiro, voltou a Cipriano, sem realizar qualquer coisa.

Então Cipriano chamou um dos príncipes dos demônios, informou-lhe sobre a fraqueza dos demônios que ele tinha enviado, que não poderia conquistar uma moça simples, e pediu a ajuda dele.

Esse príncipe dos demônios censurou severamente os outros demônios pela falta de habilidade deles nessa questão e pela incapacidade deles para despertar a paixão no coração da menina.

Após ter dado esperança a Cipriano, prometeu seduzir a moça por outros meios, ele assumiu a aparência de uma mulher e foi até Justina.

Ele começou a conversar com ela piedosamente, como se estivesse desejando seguir o exemplo de sua vida virtuosa e sua castidade. Conversando, dessa forma, ele perguntou a donzela que tipo de recompensa poderia haver para uma vida tão rigorosa e preservação da pureza.

Justina respondeu que a recompensa para aqueles que vivem em castidade é grande, além das palavras, e que é muito estranho que as pessoas não nos dizem respeito, pelo menos próprias para um tesouro tão grande como a pureza angelical.

Então o diabo, revelando sua falta de vergonha, começou com palavras astuciosas para tentá-la, dizendo:
 "Mas então, como poderia o mundo existir?
Como as pessoas iriam nascer?
Afinal, se Eva tinha preservado sua pureza, como é que a raça humana aumentaria?
No casamento, a verdade é uma coisa boa, que é estabelecido por Deus, a Sagrada Escritura também elogiá-lo, dizendo: "O matrimônio seja honrado entre todos, e o leito sem mácula (Hb 13:4)”.
E muitos santos de Deus também eles não entram em casamento, que Deus lhes deu como uma consolação, para que eles possam regozijar-se em seus filhos e louvar a Deus?"

Ouvindo essas palavras, Justina reconheceu o enganador astuto, o diabo, e mais hábil do que antes, o derrotou.

Sem continuar essa conversa, ela fugiu imediatamente para a defesa da Cruz do Senhor e colocando o seu sinal honroso na testa, seu coração voltou-se para Cristo, seu Esposo.

E o diabo imediatamente desapareceu com vergonha ainda maior que os dois primeiros demônios.
Em grande perturbação, o orgulhoso príncipe dos demônios voltou a Cipriano, que, descobrindo que ele não conseguiu fazer nada, disse-lhe:

"Pode ser que você mesmo, um príncipe poderoso e mais hábil do que os outros em questões como essa, não poderia conquistar a donzela? Quem, então, entre vocês pode fazer qualquer coisa com o coração dessa jovem invencível? Diga-me como que ela arma batalhas contra vocês, e como ela torna impotente teu poder potente?"

Sendo derrotado pelo poder de Deus, o Diabo sem querer admitiu:

"Nós não podemos contemplar o sinal da cruz, mas fugimos dele, porque ele nos castiga como o fogo e expulsa-nos longe."

Cipriano ficou indignado com o diabo porque ele o envergonhou, e repreendendo o demônio, ele disse:

"Esse é o teu poder que mesmo para uma fraca virgem perde!”

Então o diabo, desejando consolar Cipriano, tentou ainda outro compromisso: ele assumiu a forma de Justina e foi a Aglaias com a esperança de que, depois de ter levado para a Justina real, o jovem poderia satisfazer seu desejo e, portanto, não seria a fraqueza dos demônios revelada, nem seria Cipriano confundido.

 E eis que, quando o demônio foi até Aglaias sob a forma de Justina, o jovem pulou de alegria indescritível, correu para a donzela falsa, abraçou-a e começou a beijá-la, dizendo:

 "Como é bom que você veio para mim, justa Justina!”

Mas mal o jovem pronunciou a palavra "Justina" que o demônio desapareceu imediatamente, sendo incapaz de suportar até mesmo o nome de Justina.

O jovem ficou com muito medo e, correndo para Cipriano, disse-lhe o que tinha acontecido.

Então Cipriano por sua magia deu-lhe a forma de um pássaro e, depois de lhe permitir voar no ar, ele mandou para a casa de Justina, aconselhando-o a voar em seu quarto pela janela.

Sendo carregado por um demónio no ar, Aglaias voou sobre o telhado.
 Nesse momento Justina passou a olhar através da janela de seu quarto. Vendo-a, o demônio deixou Aglaias e fugiu.
Ao mesmo tempo, a aparência de pássaro de Aglaias também desapareceu, e o jovem, caiu.
Ele agarrou a borda do telhado com as mãos e, segurou-a pendurando-se ali, e se ele não tivesse sido descido até o chão com a oração de Santa Justina, o irreverente teria caído e morrido.
Assim, não tendo conseguido nada, o jovem retornou a Cipriano e disse-lhe de sua desgraça.
Vendo-se envergonhado, Cipriano ficou muito triste e pensou de ir a Justina, confiando no poder da sua magia.

Ele se transformou em um pássaro, mas ele não conseguiu ultrapassar a porta da casa de Justina, antes de sua falsa aparência desaparecer e voltou com tristeza.

Após isso, Cipriano começou a se vingar, e com a sua magia trouxe desgraças diversas sobre a casa de Justina e nas casas de todos os seus parentes, vizinhos e amigos, assim como uma vez o diabo fez com o Jó justo (Jó 1: 15-19, 02:07).

Ele matou os animais, ele derrubou os seus escravos com pragas e, dessa forma, ele trouxe a dor extrema.
Finalmente, ele abateu com a doença a própria Justina, de modo que ela se deitou na cama e sua mãe chorou sobre ela.
 Justina, porém, consolou a mãe com as palavras do Profeta David: ”Eu não morrerei, mas viverei, e vou contar as obras do Senhor” (Salmo 117:17).
Não só a Justina e seus parentes, mas também toda a cidade, por permissão de Deus, Cipriano trouxe infelicidade, como resultado de sua fúria indomável e sua grande vergonha.
Pragas apareceram nos animais e várias doenças entre os homens, e a propagação do boato, através da ação dos demônios, que o grande feiticeiro Cipriano ia punir a cidade por conta da oposição de Justina para com ele.

Em seguida, os mais honráveis cidadãos foram até Justina cheios de raiva e tentaram persuadi-la a não irritar Cipriano por mais tempo, e se tornar a esposa de Aglaias, a fim de escapar de ainda mais desgraças para toda a cidade por causa dela.

Mas ela acalmou-os dizendo que em breve todas as desgraças que tinham sido trazidas com a ajuda dos demônios de Cipriano cessariam. E assim aconteceu.

Quando Santa Justina orou fervorosamente a Deus, imediatamente todos os ataques demoníacos sumiram, todos foram curados das pragas e se recuperaram de suas doenças.
Quando essa mudança ocorreu, o povo de Cristo o glorificou e zombaram de Cipriano feiticeiro e de sua astúcia, e ele de vergonha não podia mostrar-se entre os homens e evitou reunir-se mesmo com amigos.


Conversão de Cipriano

Tendo-se convencido de que nada poderia derrotar o poder do sinal da cruz e do nome de Cristo, Cipriano voltou a si e disse ao diabo:

"Ó destruidor e enganador de tudo, fonte de toda impureza e corrupção! Agora eu descobri tua enfermidade.
 Porque, se você tem medo até da sombra da cruz e treme ao nome de Cristo, então o que você fará quando o próprio Cristo vier a você?
Se você não pode derrotar aqueles que assinalam-se com o sinal da cruz, em seguida, quem é que você vai arrancar das mãos de Cristo? Agora eu entendi o que é uma entidade não ter poder, você nem sequer é capaz de se vingar!
Ouvindo a você, um miserável, ter sido enganado, e eu acreditei seus truques.
 Afasta de mim, malditos! Para que eu deva implorar aos cristãos para que tenham piedade de mim. Devo apelar para as pessoas piedosas, que podem me afastar da perdição e que estou preocupado com a minha salvação. Afaste de mim, um anárquico, inimigo da verdade, o adversário e inimigo de todas as coisas boas!".
Tendo ouvido isso, o demônio se jogou sobre Cipriano, a fim de matá-lo e atacá-lo, ele começou a bater e estrangulá-lo.
Não encontrando defesa em qualquer lugar, e não sabendo como ajudar a si próprio de ser entregue nas mãos do feroz demônio, Cipriano, já quase não vivo, lembrou-se do sinal da cruz, pelo poder do qual se opôs Justina ao poder de todos os demônios, e clamou: Ó Deus de Justina, me ajude!”
Então, levantando a mão, ele fez o sinal da cruz, e o diabo imediatamente saltou para longe dele como uma flecha de um arco.

Ganhando coragem, Cipriano tornou-se mais ousado, e invocando o nome de Cristo, assinalou-se com o sinal da cruz e destemidamente repreendeu e amaldiçoou o demônio.

Quanto ao diabo, estando muito longe dele e não se atrevendo a aproximar-se com medo do sinal da cruz e do nome de Cristo, ele ameaçou Cipriano de todas as maneiras, dizendo:

"Cristo não vai retirá-lo de minhas mãos!"

 Em seguida, após longos e ferozes ataques sobre Cipriano, o demônio rugindo como um leão foi embora.

Então Cipriano pegou todos os seus livros de magia e foi até o bispo Cristão Anthimus.

 Caindo aos pés do bispo, ele pediu que tivesse misericórdia dele e desse-lhe o santo Batismo.

Sabendo que Cipriano foi um grande mago, temido por todos, o bispo achava que ele tinha chegado a ele com algum tipo de truque e, portanto, ele se recusou, dizendo:

"Você faz muito mal entre os pagãos, deixe os cristãos em paz, para que nenhum pereça."

Então, com lágrimas Cipriano confessou tudo ao Bispo e deu-lhe seus livros para serem queimados.

Vendo a sua humildade, o Bispo instruiu-lhe e ensinou-lhe a santa fé, e, em seguida, ordenou-lhe para se preparar para o Batismo, e seus livros Cipriano os queimaria diante de todos os cidadãos para que todos acreditassem.

Deixando o Bispo com um coração contrito, Cipriano chorou por seus pecados, polvilhado cinzas sobre a cabeça, e sinceramente arrependido, chamou o Deus verdadeiro para a limpeza de suas iniquidades.

Chegando no dia seguinte à igreja, ele ouviu a palavra de Deus com alegria e emoção, estando entre os cristãos.
 E quando o diácono comandou os catecúmenos para sair, declarando: "Vós catecúmenos afastai-vos", e as pessoas já estavam saindo, mas Cipriano não queria sair, dizendo ao diácono:

"Eu sou um escravo de Cristo, não me mande sair daqui."

 Mas, o diácono disse-lhe:

"Como você ainda não recebeu o santo Batismo, você deve sair da igreja."

Então, Cipriano respondeu:

 "Como Cristo meu Deus vive, e livrou-me do diabo, e tem preservado a donzela Justina pura, teve piedade de mim, você não vai me mandar para fora da igreja, até eu me tornar um completo cristão."
O diácono disse tudo o que se passou ao bispo, e o bispo, vendo o fervor de Cipriano e sua devoção à fé de Cristo, chamou-o e imediatamente o batizou em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Sabendo disso, Santa Justina deu graças a Deus, distribuiu muitas esmolas aos pobres, e fez uma oferta na igreja.

Cipriano o Servo do Senhor, Bispo

 E Cipriano, no oitavo dia após o seu batismo, foi feito um leitor pelo Bispo; no vigésimo dia seguinte ele foi feito subdiácono, e no trigésimo dia um diácono e, em um ano, ele foi ordenado sacerdote.

Cipriano mudou completamente sua vida, a cada dia, ele aumentou seus esforços, e constantemente chorando sobre sua vida anterior, ele aperfeiçoou-se e aumentando força a força.

Logo ele foi feito bispo, e neste posto, ele levou uma vida santa que se igualou a muitos grandes santos.
Ao mesmo tempo, ele cuidava zelosamente do rebanho de Cristo, que tinha sido confiado a ele.

Santa Justina fez-se uma diaconisa, e então lhe confiou um convento, tornando-a abadessa em relação às outras donzelas cristãs.
Por sua conduta e instrução converteu muitos pagãos adquirindo-os para a Igreja de Cristo.
Assim, a adoração dos ídolos começou a morrer naquela terra, e a glória de Cristo aumentou.

Martírio de Cipriano o Servo do Senhor e Santa Justina

Vendo a vida cristã de Cipriano, a sua preocupação com a fé de Cristo pela salvação das almas humanas, o diabo abriu os dentes contra ele e inspirou os pagãos para difamá-lo perante o governador da região oriental, dizendo que ele tinha envergonhado os deuses convertendo muitas pessoas para longe deles, e estava glorificando Cristo, que era hostil aos deuses pagãos.

E assim, muitos ímpios foram ao governador Eutolmius, que então regia essas regiões, e fez calúnias contra Cipriano e Justina, acusando-os, de serem hostis aos seus deuses e ao imperador e a todas as autoridades, dizendo que eles estavam perturbando as pessoas, enganando-as e conduzindo-as em seus passos, dispondo-as à adoração de Cristo crucificado.

Ao mesmo tempo em que pediam ao governador para dar Cipriano e Justina à morte por isso.

Tendo ouvido esse pedido, Eutolmius ordenou que Cipriano e Justina fossem colocados na prisão. Então, indo a Damasco, ele os levou com ele a fim de julgá-los.
E quando eles trouxeram os prisioneiros de Cristo, Cipriano e Justina, ele, perguntou a Cipriano:

"Por que você mudou a sua forma anterior gloriosa da vida, quando você era um servo de renome dos deuses e trouxe muitas pessoas para eles?"
Cipriano o Servo do Senhor contou ao governador como ele descobriu a fraqueza e o engano dos demônios e chegou a entender o poder de Cristo, o qual os demônios têm medo e diante do qual eles tremem, desaparecendo diante do sinal da preciosa cruz e da mesma forma, ele explicou o motivo de sua conversão a Cristo, por quem ele declarou sua vontade de morrer.

O torturador não aceitou as palavras de Cipriano em seu coração, mas ser incapaz de responder a eles, ordenou que Cipriano o Servo do Senhor fosse pendurado e seu corpo rasgado, e que Santa Justina fosse espancada na boca e nos olhos.

Durante todo o tempo do tempo que os atormentaram incessantemente confessaram a Cristo e suportaram tudo com gratidão.

 Em seguida, o torturador os prendeu e os exortou a voltarem à adoração de ídolos.

Como ele não foi capaz de convencê-los, ordenou que fossem jogados em um caldeirão, mas o caldeirão não causou qualquer dano, e glorificavam a Deus como se estivessem em algum lugar legal.

Vendo isso, um sacerdote dos ídolos, de nome Atanásio, disse: "Em nome do deus Esculápio, eu também mergulharei neste fogo e envergonharei esses feiticeiros." Mas mal tocou o fogo, ele morreu imediatamente.
Vendo isso, o torturador se assustou, e não desejando julgá-los mais, ele enviou os mártires ao governador Cláudio em Nicomédia, descrevendo tudo o que tinha acontecido com eles.

O governador condenou-os a ser decapitado pela espada. Quando eles foram trazidos para o local da execução, Cipriano o Servo do Senhor pediu um pouco de tempo para a oração, para que Justina pudesse ser executada primeiro, ele temia que Justina se assustasse com a visão de sua morte.

Mas ela curvou a cabeça alegremente sob a espada e partiu para seu Esposo, Cristo.

Vendo a morte desses inocentes mártires, um certo Theoctistus, que estava lá presente, sentindo muita pena deles e inflamando em seu coração para com Deus, caiu junto de São Cipriano, beijando-o, e declarou-se cristão.

Junto com Cipriano o Servo do Senhor, ele também foi imediatamente condenado a ser decapitado.

Assim, entregou sua alma às mãos de Deus, seus corpos, no entanto, ficaram por seis dias insepultos. Alguns dos estrangeiros que estavam lá secretamente os levaram a Roma, onde deu-lhes a uma certa mulher virtuosa e santa, cujo nome era Rufina, uma parente de Cláudio César.

 Ela enterrou com honra os corpos dos santos mártires de Cristo: Cipriano o Servo do Senhor, Justina e Theoctistus.

Em suas sepulturas muitas curas ocorreram para aqueles que lá rezavam a eles com fé.  Já no império de Constantino, os restos mortais foram enviados para a Basílica de São João Latrão.

(O martírio deles ocorreu no final do terceiro século, segundo alguns, por volta do ano 268, mas, segundo outros, 304).

Relíquias de Cipriano o Servo do Senhor e Santa Justina, estão em Milão.

Por suas orações, o Senhor cure nossas aflições também de corpo e alma! Amém.