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sábado, 26 de agosto de 2017

SANTA MARINA DE BITINIA OU SANTA MARINHA BITINIA


                                                       18 - 06 IGREJA CATÓLICA
                                     21 - 08 IGREJA COPTA ORTODOXA




A história de Santa Marinha (Marina) da Bitínia, Ásia Menor, ocorreu entre os séculos V e VI, nome de batismo Marina.


Órfã de mãe, o pai chamado Eugênio era  um homem honrado e considerado um santo devido a sua forma de viver. Eugênio tomou conta da menina, mas com o tempo decidiu abandonar a vida do mundo e se retirar para levar uma vida de penitência.


Contudo faltava-lhe coragem de falar de sua decisão a filha querida, porém  um dia sentindo - se firme decidiu dizer à filha a decisão que tomara.
Marinha desfez-se em lágrimas e pensava o que haveria de ser de si, órfã já de mãe agora seria também órfã de pai, porque seria como se ele tivesse morrido.  
Desta forma, tentou dissuadir o pai, ou então, que ele a levasse consigo ao mosteiro, mas o pai refutou a proposta e tratou logo de entregar a filha a um parente íntimo. Dando entrada no mosteiro de Canobin, famoso pela santidade e ciência de monges tão ilustres e situado nas fraldas do Monte Líbano, sendo um lugar sereno e belo, parecia um observatório da planura da Síria e da grandeza dos longes e da imensidade do Mar Mediterrâneo.


Assim, Eugênio realizava o seu desejo de se tornar cenobita. Contudo o coração esteve sempre com a filha, sendo incapaz de abafar os impulsos do amor paterno. Deixando-se apoderar de uma grande tristeza e melancolia, evitava o olhar do Abade muito atento a cada monge.


Ele próprio já tinha notado que Eugênio andava perturbado. Na igreja, com palavras de afeto, questiona Eugênio, que tocado pela afabilidade, lançou-se aos pés do abade, prostrando-se com copiosas lágrimas, revelou que tinha deixado na sua cidade o seu filho único um anjo de virtude, que antes de partir tinha manifestado o desejo de se tornar monge, mas que ele refutara e não consentira.


O Abade, ao ouvir isto, comoveu-se e enviou Eugênio a sua cidade para trazer o rapaz seu único e amado filho para o mosteiro. Depois de confirmar seu próprio desejo de ser monge ao Abade, Eugênio com tal proposta ficou tão contente que imediatamente foi a sua cidade ter com a filha e lhe dar a boa notícia. Quis primeiro saber se Marina ainda desejava entrar no mosteiro. O seu entusiasmo foi tão grande que imediatamente vestiu a filha com o hábito masculino de monge depois de lhe ter cortado a bela cabeleira. Mudando-lhe o nome de Marina para Marinho.


Levou-a para o mosteiro de Canobin, como a jovem de apenas quatorze anos a todos pareceu um anjo monge, ninguém duvidou que Frei Marinho fosse uma mulher. Ela foi iniciada na vida de monge e dedicou-se inteiramente ao Senhor e aos pobres.


Passados três anos que Marina usava o hábito de cenobita, ela verificou que o pai se aproximava do fim da vida. Antes de morrer ele recomendou-lhe que guardasse em segredo sua verdadeira identidade até o fim de seus dias e que também vigiasse as astúcias do demônio. Tendo ficado sozinha, após a morte do pai, foi um exemplo de virtudes cristãs, cada vez mais fiel na observância às regras aprendidas com o pai e que praticara com ele.


Os monges do Mosteiro eram solicitos, às vezes em turno de quatro, uma vez por mês, iam com o carro de bois a venda de  uma aldeia próxima do mar, onde compravam tudo que era preciso as suas necessidades. Se acontecesse que a noite adviesse de súbito, instalavam-se em um albergue chamado de Pandasio, nome também do dono que era devoto do convento, e de manhã cedo retomavam o caminho de regresso ao cenóbio.
Sempre que lhe calhava esse turno, também Marinho ia na companhia dos outros três monges.
Pandasio, amigo dos frades, tinha uma única filha que ficou grávida de um soldado, mas ela escondia a paternidade. Quando deram conta da gravidez, perguntaram-lhe o nome do seu sedutor.


A referida moça de acordo com o seu soldado, para o livrar, disse que tinha sido seduzida por Frei Marinho, que muitas vezes dormira na casa, e que de fato fora quem violara sua virgindade.
Com tal revelação, sem pensar seriamente no que tinha afirmado a rapariga,cheios de ira, correram ao mosteiro e com palavras duras contaram ao Abade a torpe injuria. Admirado com a grave acusação, nem queria acreditar. Para desculpá-lo perante os insolentes acusadores,
chamou Marinho que sentindo-se acusado, apesar de facilmente poder provar sua inocência, nada respondeu.
Travava dentro de si uma batalha terrível entre a carne e o espírito. O corpo temia o castigo iminente que se anunciava cair - lhe em cima.


Persuadia‐se que não seria grave desvendar o seu segredo nesta circunstância excepcional. Mas o espírito reprimia-o a não se afastar dos preceitos paternos, tantas vezes repetidos no segredo da sua cela, que não revelasse até ao último dia de sua existência terrena e lhe apontava ainda que tolerasse as próximas penitências por Jesus, que tanto por ele sofrera. No fim venceu o espírito e prostrado aos pés do Abade com lágrimas , disse-lhe:


-- Pai pequei, daí-me a penitência.


O acesso de indignação do Abade, por tal resposta era tão grande pela frustração, que por ele tombava sobre o convento, e, por isso, expressou o desejo que Frei Marinho não mais habitasse dentro daqueles muros e no meio daqueles monges e o expulsou do mosteiro que tinha sido seu paraíso.


Marina encontrou refúgio numa gruta, junto de um penhasco do convento. O seu leito era a terra nua, a penitência e a mortificação eram ásperas e contínuas e o seu alimento eram as esmolas dos que por aí passavam.No entanto, passou a cultivar uma horta, cujas sementes monges bondosos lhe ofertaram e assim sua alimentação ficou mais fácil.


Cerca de um ano depois, a filha do estalajadeiro lançou-lhe aos pés o fruto do seu vergonhoso e impuro amor. Marina acolhe a criança, como se fosse verdadeiramente seu filho e dedicou-se afetuosamente a ele. Com um cuidado total, partilhando o seu próprio pão. Diz-se que o menino se chamava Fortunato. Naqueles anos muitas vezes Marina foi tentada muitas vezes pelo mal,que a procurava descontrolar sobre um ponto sensível da mulher, a beleza, mas não cedeu à tentação. Também nestes anos passou a ser procurada sempre como Frei Marinho pelo povo pobre e humilde da aldeia, sempre os recebia e os catequizava, principalmente as crianças era sua maior preocupação.
Passados cinco anos, os monges que tanto admiravam a perseverança de Marinho e sua extraordinária penitência, comovidos por tanta virtude, prostraram-se diante do Abade a fim de que se dignasse readmitir Frei Marinho no meio deles. O superior resistiu, mas depois de tanto pedido de perdão dos próprios irmãos cedeu. Levada a notícia, Marina chorou e ao entrar no convento lançou-se aos pés do Abade e beijou-os. Declarou-se feliz por poder servir, em tudo, aos seus irmãos.
Foi-lhe dada a tarefa de toda limpeza do mosteiro e de carregar a água para os confrades.


Depois de pouco tempo de ter reentrado no convento, Marina de constituição delicada, tendo vivido sempre entre fadigas, mudanças e sofrimentos, gasta pela extraordinária penitência, sofrida durante cinco anos contínuos e dos trabalhos que lhe atribuíram na reentrada do convento, viu que os seus dias estavam prestes a terminar.


Certa manhã, os seus confrades não a vendo, ficaram preocupados pela sua saúde, acorreram e verificaram que estava no limiar da morte.Ao seu lado estava o pequeno Fortunato, que nunca a abandonou, pensando que fosse o pai. Marina a beira da morte, lembra-lhe que deve amar o próximo e jamais ofender ao Nosso Senhor.


A criança preocupada com o pai e com sua expulsão do convento, ora ao Senhor para que o seu pai não morra. Mas Marina assegura-lhe que não mais será expulso do convento. Tal declaração foi um prodígio, pois que o pequeno nunca foi expulso do convento.


O Abade lembrando que Frei Marinho fora um pecador, determinou que fosse sepultado num lugar longinquo do Mosteiro. Era costume dos cenobitas lavar os corpos dos que morriam no mosteiro, por isso dois frades se encarregaram, mas imprevistamente retrocederam e após terem olhado um para o outro gritaram estupefatos que Frei Marinho era uma mulher e não um homem, até que chegaram os outros e gritaram estupefatos “ Santa Marinha “. Com tal grito, correu o Abade, que verificando o acontecido se prostrou aos pés de Santa Marinha e pediu perdão ao Senhor pela punição que lhe aplicara, orando longamente.


No fim ordenou que o sagrado corpo fosse depositado na igreja durante diversos dias para veneração pública e solene dos fiéis.


A notícia correu e o conhecido Frei Marinho, que tanta se ofertou aos pobres, mesmo quando numa gruta exilado, foi visitado por todo povo da região.
Entretanto, a caluniadora ficou sabendo e por vergonha se fechara primeiro em casa, depois, não podendo permanecer mais tempo, saiu e confessou seu pecado. Primeiro dizia que queria ser tragada pela terra, o pai também veio arrependido e pediu perdão a agora chamada Santa Marinha, então a filha se ajoelhou aos pés do corpo e implorou seu perdão  
depois, pedindo a Santa Marinha que intercedesse a Deus para livrá-la do maligno que durante anos a insidiava, uma luz do céu a iluminou e a curou, tornando-se outra pessoa a partir de então.



Seu falecimento se deu a 21 de agosto e a igreja copta ortodoxa a festeja neste dia , já a católica a festeja em 18 de julho data que seu corpo chegou a Veneza,   o seu cadáver ficou sete dias em exposição, para espanto de todos de seu corpo emanava perfume de flores que envolvia a todos os presentes. 

Depois foi sepultada, mas a sua tumba não foi esquecida e tornou-se lugar de prodígios e curas, sendo logo venerada em todo Oriente.


No Ocidente seu culto difundiu-se primeiro pelos monges Basilianos e pelos cruzados que o trouxeram para a Itália, Espanha , França e Grécia.


As suas relíquias durante muito tempo permaneceram em Canobim, mas por causa das incursões árabes foram levados primeiro para Romênia depois por ação dos imperadores para Constantinopla.

Em 17 Julho de 1228 foi transladado para Veneza graças a um mercador chamado Bora que, secretamente, pagando avultada soma de dinheiro se apoderou das relíquias da Virgem.


ORAÇÃO A SANTA MARINA OU MARINHA DE BITINIA

“Ó adorável e humilde Santa Marina, que abdicaste do conforto e te entregaste à humilhação pública por obediência ao projeto de Deus, rogo-te que mostres a mim o melhor caminho a seguir, para o serviço ao próximo e a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ajuda-me a ser sempre humilde e benevolente, como fostes tu. Afasta da minha vida a arrogância e o sentimento de superioridade que nos afastam do amor de Cristo. Intercede por mim junto ao pai, para que eu alcance a graça que fervorosamente desejo (fazer o pedido). Prometo que continuarei no caminho da fé e da humildade, não me esquecendo de ti e mantendo minha devoção nos tempos de bonança. Além disso, prometo levar tal devoção por toda a minha vida, permanecendo no projeto de Deus e na caridade para com os mais necessitados.
Em nome de Nosso Senhor Jesus eu lhe rogo.








FONTES: SANTA MARINA DE BETÍNIA WICKIWAND

SANTA MARINHA DE BITINIA VIRGEM E MÁRTIR